Uma das primeiras comunidades de Fortaleza, o Poço da Draga foi o ponto central portuário da cidade, onde entravam e saíam mercadorias da Europa e Rio de Janeiro, que, até metade do século XX era a capital do país. A atual Ponte Metálica era usada para o embarque e desembarque dessas mercadorias e é um ícone importante para a história do local.

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O poder econômico fez com que pessoas viessem do interior, fugidas das secas, em busca de oportunidade de trabalho no porto. E, assim, em 26 de maio de 1906, formou-se a comunidade no entorno da ponte. A mudança do porto para o Mucuripe abalou a economia do local e trabalhadores tiveram que buscar outra forma de sustento, uma delas, a pesca. Até 1985 ainda não tinha energia elétrica e água potável. Em 28 de abril do mesmo ano foi criada a primeira associação de moradores.

Segundo Izabel Cristina Lima, 52, moradora do local e atual diretora da Ong Velaumar, a comunidade é formada por 505 famílias e composta por 2029 pessoas. Ela explica que muitos moradores possuem trabalho informal, “sempre que fazemos eventos no Poço da Draga, movimenta a própria economia local, as pessoas montam suas vendinhas, e dali conseguem tirar um extra”.

Izabel é quem orienta e seleciona cada movimento artístico que é apresentado nos momentos de festividade no Poço. Atualmente, diversas empresas são parceiras das ideias que a diretora propõe para os moradores nas datas comemorativas.

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Uma dessas moradoras é Lizete Silva, 48, conhecida como Preta, que pela manhã ajuda o marido na sucataria próxima à comunidade, e à tarde monta uma banca de vendas de água de coco e salgados no entorno da Ponte Metálica. “Moro aqui há 23 anos e sempre venho vender minhas ‘comidinhas’ por aqui. Quando tem o Maloca Dragão, consigo faturar bem; é uma das melhores épocas”, relata. A comunidade completou 112 anos de história e sempre organiza eventos para celebrar cada ano de existência do local.